
um calhau...
…polido pelo mar,
jaz e rola
até desgastar…
um calhau,…
…uma simples pedra,
moldada por marés,
cansada e rolada
por tanto revés…
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A propósito deste poema, uma curiosidade...
Em fins de 1966 (há quanto tempo...) um amigo pediu se não me importava de ajudar um jovem Madeirense que, para além de ser funcionário público, em Lisboa, cantava nas horas vagas, tendo já algumas actuações públicas na Madeira e nos Açores. Dias depois conheci esse jovem e prontifiquei-me a ajudá-lo através de conhecimentos que tinha na editora Alvorada. Falei então com o responsável da editora o qual depois de ouvir o dito jovem acordou a gravação comercial com ele. Na fase de escolha do reportório, acordou-se que teríamos de arranjar uma composição que captasse as atenções, não só no título como, também, na letra e melodia.
Alguns dias depois, como ninguém tivesse encontrado inspiração para tal, surgiu-me uma ideia que de pronto apresentei à editora a qual a acolheu de braços abertos, concretizando assim, com essa e outras composições, a gravação do disco.
A canção foi um êxito, o disco vendeu algumas edições e o interprete viria a ter o
seu lugar no panorama da musica ligeira portuguesa.
A canção, com letra e musica de minha autoria, tinha por título "COMO UM CALHAU ROLADO". Dei-lhe este título devido ao facto de gostar, particularmente, da composição de Bob Dylan, "Like a rolling stone".
O interprete chamava-se GABRIEL CARDOSO, para desgosto das suas inumeras fans faleceu em 8 de Fevereiro de 2000 e "Como um calhau Rolado", para além da amizade que entre nós perdurou, foi a única composição que escrevi para si.

Eu e Gabriel Cardoso autografando calhaus
-Recorte da revista "Estudio"-

Almoço com Gabriel Cardoso em Papagovas (Lourinhã), a última vez que estivemos juntos e falámos sobre projectos futuros.
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