terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

os Monstr'inhos, finalmente!



Ainda que "timidamente" já tenha apresentado uns quantos em Carcavelos (Portugal), vou, finalmente, exibi-los, em Lisboa, nas versões em que os "conjecturei", ou seja, em papel e em tela.

Devo confessar que nunca dei grande importância a este trabalho.

Contudo, face à pressão e ao entusiasmo de alguns amigos ligados às artes plásticas, vejo-me "forçado" a exibi-los perante um público mais vasto.

Tudo começou como um entretém de passar o tempo e que, agora, exponho.

As suas raízes estão já muito diversificadas estendendo-se não só em Portugal, mas, também, ao Brasil e até, imagine-se (!), ao Oriente.

São diversos os que "residem" em alguns lares de Portugal e do Brasil (em Brasilia, principalmente).

Não é o meu trabalho de eleição, contudo, é-o para alguns amigos artistas plásticos que vêem nos Monstr'inhos um trabalho "expressivo" e, sobretudo, diferente.

Quem tiver curiosidade em ver esse trabalho ao vivo e a cores, só tem de deslocar-se à galeria Dominio Publico, ajuizar, deixar a sua critica e se gostar...comprar!

Afinal um (bom) Monstr'inho sempre dará cor e "vida" à sua casa.



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Sobre este trabalho, convidei a pronunciar-se Angela Ladeiro, designer industrial,
a qual, simpàticamente, redigiu o comentário que segue para o folheto de apresentação da expo...

" Não será sem surpresa que os visitantes apaixonados pela pintura se irão deparar com os " Monstr'inhos" do João.

Integrados num processo de pintura em acrílico, conversam, discutem, movimentam-se, despertam emoções.

Uma presença que dá mais força ao acto criativo.

Acrescentam vida, provocam e envolvem-se na nossa fantasia.

Cada quadro é um apelo aos nossos sentidos, um desafio maior á nossa imaginação.

Cada vez que os apreciamos, surpreendemos um novo ângulo inventivo.

E se nos abstrairmos do simbolismo do " Golias "... eles são uns " Monstrinhos " bem simpáticos."

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Sobre esta exposição, escreveu Victor Alegria, (meu) editor e proprietário da Thesaurus Editora, em Brasilia...

"Na mesa do café nascem ideias, turbilhões de fantasias, sonhos distantes.

Um papel, uma caneta são “ingredientes” bastantes para que a imaginação divague e aconteçam riscos, figuras indiscritíveis, poemas, prosas, tudo a que o correr da caneta nos leve…

Na Brasileira do Chiado, na Thesaurus em Brasília ou na sala de espera dum ministério da capital Brasileira, nasceram muitos dos “Monstr’inhos” que aqui se expõem.

São simples, despretenciosas figurinhas que “falam” entre si na harmonia de gestos muito próprios.

Gestos que levaram o seu autor a “titulá-los” segundo a forma como, casualmente, são dispostos.

Hoje e aqui são expostos. Não porque caracterizem a verdadeira expressão plástica do seu autor, mas porque foi consecutivamente “empurrado” a fazê-lo por outros artistas do mesmo oficio

Estamos certos que este trabalho não menospreza o artista plástico, nem tão pouco envergonha o poeta que é João Videira Santos.

Certo, certo é que cabe ao público o juízo final do que aqui se expõe."

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Japão, China, Coreia, oriente, os Monstr'inhos chegaram aos confins do mundo...



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Exposição "Monstr'inhos":
Inauguração e vernissage, dia 4 de Março às 18.30 horas.
Patente ao público de 5 a 24 de Março,
de segunda a quinta-feira das 08.00 às 20.00 horas,
sexta-feira e sábado das 08.00 às 24.00 horas.

Encerra aos domingos e feriados.

DOMINIO PUBLICO concept space
Rua de Entrecampos, 12-B LISBOA
Telefone: 21 01 00 892
mail: publico@gominiopublico.pt

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Um GRANDE obrigado a:

ANGELA LADEIRO - pelo texto e amizade
ANTÓNIO CASIMIRO - pelo concept space
DELFINA MENDONÇA - pelo apoio e amizade
GREYSCALE - pelo apoio na pré impressão
HATIVAR - pelo apoio e consultadoria
IDEIAGRAFIX - pelo apoio, design e impressão
INAPA - pelo apoio nos papéis
MANUEL CABRAL - pelo interesse, apoio e amizade
VICTOR ALEGRIA - pelo texto e amizade

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

embalo as mãos que hesitam...



embalo as mãos que hesitam…

nos gestos que guardam
desenho expectativas,
luares marfinados,
futuros da memória…

no calor dos sóis,
ordeno emoções,
em dez dedos firmes,
corro planícies,
canto vibrações…

embalo as mãos que hesitam…

embalo…

corro, apalpo,
em cada acto,
em cada momento,
sou garra, conquistador
senhor dum só tacto.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

nos olhos de quem não vê...



nos olhos de quem não vê
navegam solidões,
sombrios deuses,
medos sem porquê…

na sombra da cor,
no recorte do penedo,
a fantasia da forma,
o espanto quieto,
o tacto do gesto,
o luar invisível…

nos olhos de quem não vê
alísio silêncio,
surdez do nada…