Cumpre-se um
ano mais.
Na paz do
silêncio olham-se os dias...
Entre si, os
diferentes caminhos, em quatro estações do ano...
Tantos dias,
os que estamos sós, no silêncio do nada.
Tantos dias
em que a alma se separa do corpo e voa ao alcance da ilusão...
Cumpre-se um
ano mais.
Faz medo
olhar o tempo no devaneio dos dias que passam e deixam memórias no aglomerado
do pensamento...
Faz medo
olhar o vazio, o espaço daqueles que nos deixaram no caminho que antes foi
seu...
Um ano mais
no sonho que não se cumpriu e em que bocas de uma só língua vibraram no enleio
da mentira, no desespero da afirmação, na luta sem tréguas pelo atropelo...
Um ano mais
e o mundo continua igual...
Imita-se a si mesmo na chaga que purga e torna
incurável a cobiça, a ganancia do homem...
Ninguém abre
o segredo da porta em que se guarda, ninguém
renuncia ao amor próprio para ser comum,
um todo da humanidade...
Cumpre-se um
ano mais.
As promessas
diluídas no tempo fantasiaram e deram cor a votos que não se cumpriram.
Todos fomos
cumplices do que acabou sendo uma mentira, na verdade dos dias, na soma dos
meses, na conclusão de mais um ano.
Será assim
no futuro, no novo ano ou será que as grades e os ferrolhos de cada um abrem-se
à vida e sem serem dúbios consagram a realidade dos votos?
Um ano novo
nos espera, mais doze meses ditarão a realidade do que se deseja e nem sempre
se cumpre.
JVS - LEM,
Bahia, Brasil, 28.12.2016 - 08.45h
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