sou o rumo bastardo, o filho do adverso,
a reacção do petardo, o poema sem verso.
sou o dia cinzento, o olhar que descrevo,
a mágoa - lamento, o luar que escrevo.
sou a ave ferida, o âmago da questão
a ânsia querida, o menino do festão.
sou o mês de Setembro, o dia que engana,
a razão que não lembro, o final de semana.
sou a porta aberta, o sol da esperança,
a seara deserta, o sonho de criança.
sou o que não se rende, o pardal madrugador,
a amarra que prende, o sofrimento da dor.
sou a noite sem o fim, o prazer que entrego,
a doçura do jasmim, o corpo que esfrego.
sou o sol pela fresta, o amor acabando,
a vida que não presta, o homem desabando.
sou o tudo e nada, o cão abandonado,
a tristeza danada, o desprezo clonado.
sou o versejar banal, o caminho sem norte,
a derrocada fatal, o destino da morte.
5 comentários:
...és um poeta! Dos melhores...Beijos e sucesso com o seu blog! Observe que os slides, ficaram em posição que se perde muito das fotos...
Que poemão...Parabéns!
e acima de tudo você é poeta, e dos melhores! quanta coisa linda por aqui, seu blog está ótimo. Adorei sua visita e quanto aos elogios só me deixam feliz e honrada!! beijos
João, pude dar uma espreitada na colectiva de Carcavelos, creio que deve ter sido muito bom participar.Volto com mais calma para ler tudo.Gostei do perfil, dizes o que tens a dizer sem enfeitar.Beijos.Malu
Li e reli este poema. Gosto dele pela diferença e pela força que encerra.
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