segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ary dos santos, ontem, hoje e sempre!


Completam-se, hoje, vinte e seis anos sobre a morte daquele que quanto a mim foi um dos mais talentosos poetas da sua geração.

Conhecido do grande público como autor de poemas para canções, José Carlos Ary dos Santos contribuíu de forma imperativa para renovação da musica ligeira portuguesa e diria, até, da própria poesia.

Tive o previlégio de o conhecer e algumas vezes convivermos.

Através dele conheci algumas figuras proeminentes da cultura como Fernanda de Castro, Natália Correia e Mário Cesariny de Vasconcelos

Recordo alguns serões “ajantarados” com a sua devota amiga Emilinha e as conversas intermináveis que se alongavam pela madrugada.

Estivemos mais próximos quando residiu na Rua do Alecrim, ali ao Camões, em Lisboa.

Lembro aí os fins de tarde de conversa afiada com gins tónicos de permeio e muito fumo de “português suave”, que originava constantes ralhetes da Dulce, sua empregada.

Dele guardo recordações da sua linguagem irreverente e ágil.

Como curiosidade da sua irreverência linguistica, aqui reproduzo a contracapa da primeira (?) gravação comercial em que recitava poemas e que lhe pedi para autografar para meu irmão Adalberto, à altura cumprindo serviço militar em Timor.


Recordo, ainda as palavras que me dedicou no seu livro “insofrimento in sofrimento” aquando da sua apresentação na Livraria Quadrante, em Lisboa.


Vinte e seis anos após a sua morte, o poeta e o amigo continuam presentes na minha memória.

A sua poesia e as suas canções continuam bem vivas no apreço que lhe dedica o povo-povo da nossa terra.

Quiz o destino que o poeta morresse em dia de grande significado para o operariado português.

Em 18 de Janeiro de 1934, aconteceu na Marinha Grande o levantamento operário que fez tremer Salazar.
Levantamento que as forças militares, a policia e a PIDE
reprimiram pondo fim ao movimento.

33 comentários:

João Videira Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Martinho da Silva disse...

Ary dos Santos é quanto a mim o poeta que mais alto levou a poesia nos ultimos quarenta anos.São memórias assim que nos dão a conhecer a pessoa que o meu amigo é.Abraço

Paula Raposo disse...

Não tive o privilégio de o conhecer pessoalmente.
Concordo inteiramente com o que dele dizes.
Beijos.

Fernanda Teles disse...

Muito interessante o seu post e o que conta de Ary dos Santos.Gostei do seu blog e da sua poesia.Muitos parabéns.

pvnam disse...

«.........mini-spam.........»
SEPARATISMO NA EUROPA
Todos Diferentes! Todos Iguais!
{TODOS os povos - quer os de maior, quer os de menor, rendimento demográfico - devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta}


-----> De um lado, temos PREDADORES INSACIÁVEIS (os islâmicos e não só) numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios....
-----> De outro lado, temos pessoal que quer é curtir... «as chatices que envolvem a sobrevivência duma Identidade... são coisas de parvos que não sabem gozar a vida»... e que adoptam uma bandalheira inqualificável na procura de negociatas-fáceis - (a maioria) os europeus:
-> não se preocupam em construir uma SOCIEDADE SUSTENTÁVEL [nota: há que pagar os custos de renovação demográfica necessários até... se alcançar a média de 2.1 filhos por mulher]...
-> vendem o património público que herdaram...
-> deixam dívidas para quem vier a seguir que pague...
-> querem reformas antecipadas e, como não constituem uma sociedade sustentável,... lá irão ser os imigrantes, e seus filhos, que irão suportar essa dívida...
-> etc
-----»»»»» Resumindo e concluindo: antes que seja tarde demais, há que mobilizar aquela minoria de europeus que possui disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência... SEPARATISMO-50-50... e coligação contra o inimigo comum: os predadores insaciáveis...



ANEXO
-> É preciso abrir os olhos!
-> Ao contrário da colonização europeia nas Américas... os islâmicos (entre outros) são uns PREDADORES INSACIÁVEIS... logo, na Europa nunca irão existir reservas para os nativos!
-> A 'lavagem cerebral' dos media não explica tudo... e com o seu discurso de desresponsabilização e branqueamento dos negociatas-fáceis... e de... «fuga para a frente a caminho da implosão»... os PNR's (e afins) são uns idiotas úteis ao serviço (por exemplo) dos islâmicos...

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Ary , para mim um dos grandes poetas...tive o previlégio de o ouvir declamar, junto com o Zeca, Padre Fanhais, Adriano, nos meus tempos de juventude e revolucionária.
Era uma PESSOA, muito grande.

beijos
Sonhadora

*Lisa_B* disse...

Seria uma falta não deixar uma palavra para o grande Ary...
Usando o seu titulo já digo tudo: ontem, hoje e amanhã assim imortalizado Ary.

Maria disse...

Também privei com o Ary de perto. E é enorme a saudade...

RENATA CORDEIRO disse...

Ler e vibrar com Ary dos Santos é mais do que belo, é Magnífico!
Vale atravessar o oceano a nado.
Muito muito obrigada.
Bem-vindo sempre.
Beijos Renata

Marta Vinhais disse...

Ary dos Santos - vibra-se realmente com a sua poesia..
Forte e bela...
Gosto muito...
Obrigada pela visita..
Até já
Beijos e abraços
Marta

Rosette disse...

Ary dos Santos,um grande poeta.Aqui a lembrança do amigo,outro poeta que aprecio e visito.Parabéns pela lembrança.

Alda disse...

Grande poeta!
Gostava muito de o ouvir declamar!
Parabéns pelo post.

Sandra disse...

Belo texto, bela homenagem ao poeta, amigo.

Agradeço o seu carinho no blog.
Curiosa ficou muito feliz com a sua presença.

A música aqui postada é muito linda e suave.

Com carinho
Sandra

Milene Lima disse...

Olá.
Vi que visitaste meu cantinho, fiquei muito contente.
Espero que voltes lá mais vezes...

Aqui afirmo que vou procurar conhecer a obra de Ary dos Santos, confesso humildemente que nao conheço, mas me deixaste curiosa.

Até breve.

Andradarte disse...

Obrigado pela visita. Eu sou um Artesão,
que começou nestas andanças, para
ocupar o tempo de reforma, portanto,só
a partir de 97.Tive o prazer de conhecer o Ary, por intermédio do meu Amigo Joaquim Pessoa, de quem tenho dedicatórias que valem ouro, como esse
cartão do Ary.
São hoje, as boas memórias que me acompanham.Obrigado pela força.
Abraço.

Luísa Gaspar disse...

é de louvar o poeta que lembra o amigo poeta.Ary foi e continua a ser um marco na poesia portuguesa.Lembrar os grandes poetas é um dever e você lembrou-o.Tem o meu apreço por isso e pelo que estou conhecendo da sua poesia.Tenho uma vaga ideia de si nos anos setenta e desconhecia por completo a sua actividade no campo da pintura.Muitas felicidades.

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

João,
Vim agradecer sua visita, e comentário que deixou no meu blog. Não conheço o poeta que você está homenageando, mas gostei do depoimento amigo.

Mariazita disse...

Foi uma enorme perda para a poesia portuguesa, a partida do grande Ary.
Uma estrela se apagou no firmamento, para logo se reacender na menória que deixou.
Belíssima homenagem!

Beijinhos
Mariazita

Graça Lacerda disse...

João,

primeiramente, obrigada por ter chegado até mim, através de meu blog, não importando por que vias caminhaste...

Vou sim, retortar com o sorriso 'das estrelas'...pois o brilho, este eu já possuo...rs

Brincadeiras à parte, sou profesora de Letras e Literatura, e estou amando encontrar essa sua riqueza de blog, que vem mais uma vez provar a não casualidade das coisas!!!

Estou certa de que me será muito útil teu rico espaço, e aprenderei muito por aqui!!!

Voltarei... assim que estiver com aquele sorriso; apesar de que minha alma sempre sorri para amigos como você, que me deu a grande honra de contatar.

Um grande abraço e até lá!

Graça Lacerda disse...

rsrs...

leia-se 'retornar'!

Unknown disse...

Linda forma de homenagear um grande poeta que foi também um bom amigo, quando assim é não há forma de esquecer!

Beijinhos,
Ana Martins

Branquinha disse...

Invejo-o (no bom sentido, claro) pelo privilégio de ter tido a possibilidade de o conhecer e privar da sua companhia! Um poeta grandiosamente belo!

Besitos!

margusta disse...

Ary sempre!!!

O João foi um privilegiado em ter privado com ele.

Adorei a partilha destas dedicatórias.

Um beijo,
Margusta

AFRICA EM POESIA disse...

Vim e adorei
Vou voltar temos muito para partilhar
o meu livro do S+orting está acabadinho amanhã estará nas estantes...
Quem quizer eu mando por correio
um breijo

Agulheta disse...

João.Dizer muito mais sobre o Ary!Era sem dúvida um grande poeta,as portas que Abril abriu,quando e tão bem as declamava,adorei o post,o cartão vale a presença de um grande poeta
Bfs Lisa

São disse...

Não tive o gosto de o conhecer pessoalamente, mas VIVA !
Bom fim de semana.

Graça Pereira disse...

Não conheci o Ary pessoalmente, a não ser pela televisão e pela sua imensa poesia que me tocava sempre.
Agora, pelo teu testemunho, concretizo a minha ideia sobre ele: era alguém VERDADEIRO.
Um beijo e bom fds
Graça

maria claudete disse...

Para você a homengaem saudosa ao amigo e poeta para nós que não o conhecemos o resgate de uma figura ilustre e culta. Abraços.

Dani dutch disse...

OLá JOão, tudo bem?
Linda sua homenagem e tenha uma otima semana
Bjusss

Por toda minha Vida disse...

Bom dia. (no Brasil)

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:

Da fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal -
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Ary dos Santos

Gosto muito deste.

Diana Correia disse...

Grande Ary. Homenagem bem feita e merecida.
Beijinho

Visconde de Azeitão disse...

Este Ary era um biscoito, pelo menos é o que dizem aqueles que o saborearam e oelos vistos foram muitos.

Ai se o docinho soubesse que agora até se podia cazar.

Mas foice sem ter essa consolção

João Videira Santos disse...

Creio ser a primeira vez que respondo a um comentário.

Faço-o por respeito à memória dum amigo, à dignidade da pessoa.

Faço-o, ainda, como registo de quem cobardemente escondeu a face, negou assumir o que escreveu e tiritou de medo às possiveis consequências.

Poderia apagar o comentário, mas não.

Fica aqui para que quem leia esta humilde lembrança veja o nojo que que os homofóbicos dedicam ao direito à diferença.

Esta é a "liberdade" que alguns escarros dedicam à liberdade dos outros

Conhecendo como conheci Ary, o imbecil anónimo podia ter a certeza que ele lhe partiria as ventas!

Disse!