terça-feira, 13 de abril de 2010
Luiz Pacheco...
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escrevi o poema que segue após a morte de Luíz Pacheco.
com ele e o post que faço, pretendo lembrar o homem, o escritor.
(...que, quando quiz, foi...MUITO BOM! )
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dois tempos na (des)monotorização do tempo...
empurra-se o tempo no sufoco...
resiste-se.
este é o tempo na esmola dos anos,
no estrangular da vida,
na constância da hipocrisia.
este é o tempo em que os luíses afrontam
e os pachecos resistem
no conjunto do nome, no todo do apelido.
no tempo ressuscitado,
coma-se a telepatia
de quem pensa e não diz
que o incómodo fornica
a virtude donzela,
os segredos da tia...
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NOTA:
Contrariando a minha frontalidade, peço perdão à memória do visado, mas... para manter os "costumes" linguisticos desta página, substituí no poema as frases "evidentes" por "coma-se" e por "os segredos"...
Uma pena...
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Luiz Pacheco (1925-2008)
Escritor, crítico e editor português (Lisboa, 7.5.1925 - Montijo, 5.1.2008). A sua diversa actividade enreda-se nas atribulações de uma vida marcada pela irregularidade dos amores, pelo escândalo das relações, os processos judiciais, a prisão, os filhos, o álcool, a fome, a doença.
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Algumas obras de LuiZ Pacheco:
Carta-Sincera a José Gomes Ferreira (1958), O Teodolito (1962), Crítica de Circunstância (1966), Textos Locais (1968), Exercícios de Estilo(1971, reed. aumentada, 1998), Pacheco vs. Cesariny (1973), Textos de Circunstância (1977), Textos Malditos (1977), Textos de Guerrilha - I (1979), O Caso das Criancinhas Desaparecidas (1981), Textos de Guerrilha - II (1981), Textos do Barro (1984), Textos Sadinos (1991), O Uivo do Coiote (1992), Memorando, Mirabolando (1995), Cartas na Mesa (1996, apresentação e notas de Serafim Ferreira), Prazo de Validade (1998), Isto de estar vivo (2000), Uma Admirável Droga (2001), Mano Forte (2002), Raio de Luar (2003), Figuras, Figurantes e Figurões (2004), Diário Remendado 1971-1975 (2005), Cartas ao Léu (2005).
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12 comentários:
Meu amigo
Poema muito bom, profundo um grito à hipocrisia.
Beijinhos
Sonhadora
Excelente,João!É gratificante ler alguém que se lembra daqueles que afrontaram a sociedade e esta como castigo teima em ignorar ou esquecer.Pela sua luta e escrita contra o convencional,Luis Pacheco merece bem a sua lembrança.O resto que se f....Grande abraço
Amigo João Santos,
Não tenho memória de ter cá estado... embora esteja na minha lista.
Irrelevante neste momento, o que importa é que estou agora.
Gostei da homenagem ao amigo Luís Pacheco.
Esses eram os tempos...será que não voltaram???
Beijinhos
Ná
Obrigada pela partilha, João!
Beijos.
Olá
Penso que é a primeira vez que aqui venho.
Gostei imenso do poema. Um poema forte e profundo.
Não conhecia.
Obrigada pela partilha.
Bjs.
Foi um tempo bom, este em que ele escreveu este poema. Creio que na segunda metade da década de 60. Quando os filhos, em escadinha (de anos) andavam com ele e com a Irene, que trazia outro na barriga...
O Luiz Pacheco fica na história da Literatura portuguesa, sem dúvida.
Obrigada pela partilha.
Um abraço
Gostei muito do poema e fui pesquisar sobre o homem e escritor que desconhecia. Peço desculpa pela ignorância, mas que penso um pouco justificada já que lemos e ouvimos falar, sempre dos mesmos...
Obrigado João. Um beijinho.
Tinha duvidado da veia do LP sobre este poema. Mas como não pretendo conhecer toda a sua obra... embora conheça muito...
Obrigada pelo esclarecimento.
Uma bonita homenagem!
Abraço João e obrigada pela visita,
Margusta
João, obrigada pelo comentário deixado em meu blog, muito me alegro.
Agradeço também por me fazer conhecer mais um pouco da Literatura Portuguesa.
Receba um forte abraço dessa brasileira com sangue português, herança dos meus escendentes.
Obrigada!
Luís Pacheco era um provocador nesta sociedade onde reina a hipocrisia.
Bonita homenagem. Um beijo
Parabéns pelo espaço, seguirei!
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