Em 1973, eram muitos os problemas e conflitos laborais.
Em função do que vivi e "crepitava" à minha volta, em vésperas do 1º de Maio escrevi o poema "Vai Maio - em mim".
Escrevi e como outros...guardei na gaveta.
Em fins desse ano, mostrei o poema ao Maestro Artur Rebocho.
Ele leu-o junto do piano do seu estudio musical e, para meu espanto, logo ali o musicou.
A minha admiração foi redobrada, já que Ary me havia dito que a poesia era "atravessada".
Em 1974, "Vai Maio - em mim" foi gravado em disco por Corina.
Corina, a viver, hoje, em terras do Tio Sam, era interprete de temas de cariz popular.
Com esta e outras composições de minha autoria, acabaria por interpretar canções fóra do estilo a que habituara o seu publico.
Hoje e aqui, edito o poema que foi e é canção como homenagem ao 1º de Maio, a todos quantos lutam por uma sociedade mais justa e mais fraterna e, em particular, à memória do Maestro Artur Rebocho, autor da melodia.
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vai Maio - em mim
vai Maio - em mim florido e perfumado despindo donzelas de vestes de invernia...
vai Maio - em mim vestido de vermelho, natural ou tingido pelos factos sindicais...
vai Maio - em mim de verde trigo e vermelhas papoilas mostrando que o outono é farto de pão...
vai Maio - em mim sem preces e orações mostrando que o futuro é verde esperança que se colhe de mão em mão na força e no querer de cada homem
A emoção que sinto neste dia e as lembranças que me assaltam são indiscritiveis.
Lembro meus avós, meu tio-avô, a deportação da familia.
Tenho orgulho imenso nas minhas raízes, nas lutas politicas em a familia se envolveu e nas instituições de solidariedade social que ajudou a fundar ou fez desenvolver.
O avô paterno na implantação da republica e o avô materno na luta pela democracia contra a ditadura de Salazar / Caetano, foram e são estandartes que respeito.
Por essas "leviandades" estiveram na clandestinidade, sofreram a prisão, a deportação, o degredo, a "instalação" no Tarrafal.
As privações que minha mãe e tios sofreram, quando crianças, deviam ser exemplo para quem não tem o menor respeito pelos valores da vida e vive no completo alheamento por todos aqueles que lutaram e sofreram pela conquista da liberdade, da democracia, da justiça social.
25 de Abril, outra vez.
Um dia diferente que lembro e a plenos pulmões grito:
Tudo na vida tem a sua história e esta canção tem a sua.
Nunca a contei. Conto hoje.
Ela foi "sonhada num repente" há muitos anos atrás.
Precisamente numa madrugada no Vitória Clube de Lisboa, na Picheleira e na preparação de mais um sarau cultural, organizado por um grupo de jovens aí residentes e denominado Grupo 8.
A "responsável" por essa inspiração foi a Lily, na altura uma mocinha bonita, extremamente simpática e que hoje, senhora, continua a sê-lo.
Inicialmente baptizada por "caminho no mundo", viria a mudar de nome para "se as flores por mim chorarem".
Pouco tempo depois, conheceu gravação comercial em Portugal e no Brasil.
Naturalmente, "transbordei" de alegria.
Como autor da musica e do poema, sou suspeitissimo, mas...gosto imenso da canção.
Compus outras,mas esta...esta é a "tal", a que nos toca, a que nos faz vibrar os sentidos.
Um dia, tive o previlégio de a ouvir tocada em cravo no Palácio de Queluz.
Que som...
Nem quiz acreditar que aquela musica era minha...
A emoção foi tanta que não contive as lágrimas.
A minha musica tocada ali, na sonoridade desse instrumento fabuloso dos séculos XVI / XVIII...foi o máximo!
Há poucos meses reencontrei a Lily e contei-lhe a história de "se as flores por mim chorarem...".
Ficou surpresa. Nada sabia. Quer ouvir a canção.
Ainda não lhe fiz chegar o CD. Um dia destes...será!
Até lá os meus amigos do Grupo 8, com quem ainda hoje convivo, amigos de infância da Lily, vão continuar a ser maliciosos e a inventar histórias sobre "aquela" inspiração...
Entretanto, a Clara, minha neta, esperta, como é, realizou e ofereceu-me o clip da canção.
(um beijão Clara!)
Para terminar esta história e porque a gratidão é coisa bonita, quero deixar aqui o meu reconhecimento à Corina e ao Dario de Barros que gravaram a composição, bem como homenagear o Maestro Rocha Oliveira (infelizmente,já falecido) que soube "entender" a minha inspiração e, de forma magnifica, orquestrou "se as flores por mim chorarem"
sobre o abismo da noite, onde o pleno esvazia a míngua, meu universo vacila, entre a fantasia dos relâmpagos alvorados e a adoração das trevas...
se o dia acordar e o meu olhar cavalgar na fúria do galope, é quase certo que preferiria que os monstros escuros continuassem a ser habitantes do universo em que a fantasia não vacila ante o temor do fantasma da noite.
se assim não for, continuarei na procura dos tesouros marinhos, onde o sono se fantasia e os olhos a pleno, são engolidos por pássaros carcomidos que, mergulhando nos meus mares, derrotam a aventura sem receios.
Embora a decorrer até ao próximo domingo, dia 13, podemos desde já afirmar que, a expo colectiva, efectuada com o apoio da Junta de Freguesia de Carcavelos,ultrapassou todas as previsões. O salão nobre da Junta de Freguesia foi pequenissimo para receber visitantes e convidados para a inauguração no passado sábado.
No dia seguinte, domingo, foi a vez dos mais novos exibirem o seu talento e mostrarem o que têm aprendido com os mais velhos.
Ainda no domingo e na presença dum publico interessado, a poesia uniu-se à pintura e foram recitados poemas de minha autoria e de outros participantes na mostra colectiva.
À Junta de Freguesia, como memória dum passado que tende a desaparecer, foi oferecida tela sobre pormenor da Quinta Alagoa, trabalho conjunto de duas participantes na colectiva.
A concluir, quero agradecer aos inumeros amigos que acompanharam e estiveram presentes em mais esta participação.
Sou amigo, solidário, dinâmico, honesto, afável, convicto, imparcial, expontaneo, intransigente, desassombrado... não subjugo a razão á necessidade, não usurpo ideias, nem a criatividade.
PORTUGAL
BEM VINDO !
Nasci em Lisboa, Portugal.
Tive o previlégio de conviver com algumas das mais proeminentes figuras da cultura Portuguesa.
Há muito que estou ligado à actividade artistica desenvolvendo a minha criatividade na poesia, nas artes plásticas e, também, na musica.
Anos atrás, alguns jovens da canção Portuguesa interpretaram composições de minha autoria.
Algumas dessas composições tiveram gravação comercial e edição internacional.
Em 2007 a minha composição “Mona Kilumba”, interpretada pelo Duo N'gola, fez parte da coletânea “As 100 grandes músicas de Angola dos anos 60 e 70" - sendo o único autor/compositor representado que não nasceu, nem nunca esteve em Angola.
Colaborei com diversos programas de rádio em Portugal e no estrangeiro, escrevendo poesia, crónicas e textos de opinião.
Tenho poesia editada em disco, publicada em jornais, revistas, páginas da web e em livro editados em Portugal, Brasil e Espanha.
A convite e em parceria com a fotógrafa brasileira Renata Biglia, apresentei no Brasil, em Agosto de 2009, na Embaixada de Portugal, em Brasilia, e em Novembro de 2010, no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a exposição poemofotográfica "o nú das palavras".
No campo da pintura, tenho participado em diversas exposições individuais e colectivas, sendo que alguns dos meus trabalhos fazem parte de colecções particulares em Portugal, Espanha, França, Roménia, Brasil e Japão.
Em 2004, 2005, 2006 e 2011 fui distinguido pelo Artmajeur com o “Silver Award”.
De Outubro de 2008 a Julho de 2010 fui responsável e curador das exposições de artes plásticas da Galeria Dominio Público, em Lisboa, apresentando 20 exposições individuais de igual numero de artistas e 5 exposições colectivas com um total de 25 artistas.
Conjuntamente com os actores e actrizes Armando Cortez, Alina Vaz, Raul Solnado, Carmen Dolores, Jacinto Ramos, Manuela Maria, o cenógrafo Octávio Clérigo, o arquitecto Augusto Silva, o cançonetista Valério Silva, a Dra Maria Barroso e outros, sou fundador, autor dos estatutos e membro das primeiras direcções da Apoiarte / Casa do Artista, em Lisboa.
* 1969 - Revista Plateia - Dos mais do espectáculo / radio
No número 2 Jan/Fev de 2011 da Quo Magazine que se edita em Amsterdam / Holanda, a minha pintura foi um dos destaques. Para ver, clique no título da revista.
PRÓXIMA EXPOSIÇÃO DE PINTURA
Exposição no Auto Club Médico Português - Lisboa
Colectiva de pintura de 29 Novembro 2016 a 6 Janeiro 2017
COOLagens, em exposição em Olavo Gourmet de 23 de Agosto a 10 de Setembro de 2016
Exposição PRORROGADA até Novembro de 2016
ULTIMAS EXPOSIÇÕES DE ARTES PLÁSTICAS
2016 ======* Salão da Primavera do Auto Club Médico Português, em Lisboa - Exposição Colectiva de Artes Plásticas de 31 de Março a 22 de Abril === * Salão de Natal – Exposição Colectiva de Artes Plásticas do Auto Club Médico Português – Lisboa, de 10 de Dezembro a 8 de Janeiro de 2016 === 2015 ======* Exposição poemofotográfica de Neiva Sehn e João Videira Santos no Studio, em Luis Eduardo Magalhães, Bahia, Brasil, durannte o mês de Agosto === * Salão da Primavera - Exposição Colectiva de Artes Plástica do Auto Club Médico Português – Lisboa, de 7 a 29 de Maio. Todos os dias úteis, das 10.00 às 13.00 e das 14.00 às 18.00 horas, na Av.Elias Garcia,123 - 1º- Esqº, em Lisboa ===
Antologia do 2º Festival Lisboa de Poesia
Edição de Helvetia - Suiça, Setembro de 2017
Antologia Poética "Sentidos - sexto sentido"
Lua de Marfim - Portugal, Novembro 2016
Antologia Poética "Entre o o sonho e o sonho"
Chiado Editora - Portugal, Outubro de 2016
Obsessões - Colectânea Poética de Vários Autores
Lua de Marfim - Portugal, Fevereiro de 2016
"Cartas" - Colectânea Literária de Vários Autores
Lua de Marfim - Portugal, Maio, 2014
3ª Colectanea Poética do Guará - Brasilia - Brasil
Brasil, Dezembro 2012 - ESGOTADA
2ª Colectanea Poética do Guará
Brasil, Dezembro 2011 - A convite da GuarArte, sou o único autor Português a participar nesta Coletânea - ESGOTADA
IN confidências
Portugal, Novembro, 2011 - ESGOTADO
Edium Antologia Luso-Poemas
Portugal, Dezembro 2008 - ESGOTADA
Laberinto de Sentimientos
Espanha, Junho. 2006 - ESGOTADA
Esquinas do Tempo
Brasil, Março, 2005 - ESGOTADO
Telhados de Vidro
Brasil, Outubro, 2003 - ESGOTADO
meio tom
Portugal, Janeiro, 1973 - ESGOTADO
A EDITAR...
O nú das palavras
Edição em livro da exposição poemofotográfica "o nú das palavras", com fotos de Renata Biglia e poemas de minha autoria. Exposição exibida únicamente no Brasil, na Embaixada de Portugal, em Brasilia e no Memorial de Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. - A editar
Sussurros matinais
Sussurros poéticos ao despertar da manhã... A editar
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