terça-feira, 29 de abril de 2008
De poema a canção...
Em 1973, eram muitos os problemas e conflitos laborais.
Em função do que vivi e "crepitava" à minha volta, em vésperas do 1º de Maio escrevi o poema "Vai Maio - em mim".
Escrevi e como outros...guardei na gaveta.
Em fins desse ano, mostrei o poema ao Maestro Artur Rebocho.
Ele leu-o junto do piano do seu estudio musical e, para meu espanto, logo ali o musicou.
A minha admiração foi redobrada, já que Ary me havia dito que a poesia era "atravessada".
Em 1974, "Vai Maio - em mim" foi gravado em disco por Corina.
Corina, a viver, hoje, em terras do Tio Sam, era interprete de temas de cariz popular.
Com esta e outras composições de minha autoria, acabaria por interpretar canções fóra do estilo a que habituara o seu publico.
Hoje e aqui, edito o poema que foi e é canção como homenagem ao 1º de Maio, a todos quantos lutam por uma sociedade mais justa e mais fraterna e, em particular, à memória do Maestro Artur Rebocho, autor da melodia.
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vai Maio - em mim
vai Maio - em mim
florido e perfumado
despindo donzelas
de vestes de invernia...
vai Maio - em mim
vestido de vermelho,
natural ou tingido
pelos factos sindicais...
vai Maio - em mim
de verde trigo
e vermelhas papoilas
mostrando que o outono
é farto de pão...
vai Maio - em mim
sem preces e orações
mostrando que o futuro
é verde esperança
que se colhe
de mão em mão
na força e no querer
de cada homem
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6 comentários:
Maio,sempre! Em força e em luta! Bonito poema. Bjinhos
Obrigada pela visita ao meu canto e por ter dado a conhecer este espaço.
Um abraço para a liberdade construída no dia-a - dia.
um abraço
brisa de palavras
A força de Maio, a liberdade de Abril são marcos na vida de qualquer Português. Gostei do poema e a canção, onde posso ouvi-la?
Este poema é muito bonito.....
Vivi esse maio de 73, por isso entender tão bem este teu poema.
O de 74 Inesquecível.
Só tenho pena, que não tivesse havido vontade para se poder viver outro tão pleno, tão cheio de sonhos e de realidades, como esse primeiro 1º de Maio
Maio verdadeiro, foi o 74 ... depois começou a esmorecer e agora está uma pétala para cada lado.
Nem um cravo se consegue unir.
Os "homens" conseguiram destruir o que tanto lhes custou a criar e a crer.
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